A primeira consulta...
O pessoal era muito simpático e prestável e o pessoal do bloco operatório não era excepção. Todos brincalhões, a tentarem deixar-me à vontade. Detestei a epidural. Achei horrível a picada em si (fui picada 4 vezes porque, segundo o anestesista, estava com um edema enorme nas costas, o que dificultou a aplicação), e não gostei da sensação depois. O efeito é imediato e, quando voltei a deitar-me, já tiveram que me pegar nas pernas, pois já não as sentia. Tive uma quebra de tensão e estive todo o tempo de olhos fechados a tentar abstrair-me do facto de estar ali com a barriga aberta e consciente. É uma sensação estranhíssima e desagradável. Mas tudo passou quando senti uns safanões e uma pressão nas costelas e, logo de seguida, uma espécie de miar de gatinho. Percebi logo que era a minha filha a chegar a este mundo! Baixaram o pano verde e disseram "Olhe, agora, é a sua filha!". E lá estava ela, branco-arroxeada, sujinha de sangue, de pernas para o ar e de costas para mim, presa pelos pézinhos. Comecei a chorar de emoção (e já estou, novamente, só de escrever isto). Nasceu às 12h 14m do dia 10, com 3,475 kgs e 51 cms, com 38 semanas e 2 dias. Levaram-na, aspiraram-na e limparam-na com um pano (é tudo feito à nossa frente, eles não desaparecem da nossa vista) e trouxeram-na, embrulhadinha e encostaram-na à minha bochecha, durante um bocadinho. Falei com ela enquanto chorava. Ouvi o anestesista dizer "Isto sim, por cenas destas, vale a pena...". Soube, horas antes, que a cesariana anterior não teria corrido muito bem.
Voltaram a levar a minha menina e fizeram-lhe testes. Eram cerca de 4 pessoas de volta dela. O pediatra virou-se para mim e fez-me o sinal de O.k. Fiquei tão aliviada... Enquanto me cosiam, o pediatra veio ter comigo e disse "Parabéns, é uma perfeição!". Voltei a chorar de alegria. Devem ser as palavras mais bonitas de se dizer a uma mulher que acabou de dar à luz! Levaram-me para o recobro, ligaram-me a uns aparelhómetros e trouxeram a minha bebé que, imediatamente, começou a mamar! Linda, linda! Ainda suja, mas linda. Soube, pela enfermeira que me pediu a primeira roupinha, que não lavam os bebés de cesariana, não sei porquê. Chamaram o papá para ao pé de nós, e foi lindo apresentar a Mariana ao papá. Ele chorou de emoção. Fiquei no recobro cerca de 2 horas, mas parece que foram apenas uns minutos. O tempo passou a correr, ali.
Finalmente, fomos para a enfermaria. Claro, as dores eram incomodativas, a recuperação não é fácil, já se sabe. Levantaram-me às 7.30h da manhã do dia seguinte e não senti tonturas. Ajudaram-me a tomar um duche. Foram sempre extraordinários e muito atenciosos, desde às auxiliares, passando pelas senhoras do catering aos médicos e enfermeiros.
Achei pior os primeiros dias em casa do que os primeiros dias na maternidade. Fiquei em baixo, fisica e psicologicamente. Quando fui tirar os agrafos, estes não tinham ficado muito bem colocados, o que me deixou a costura com pele sobreposta, ou seja, vou ficar com uma cicatriz grossa e feia. O que vale é que não se vê. Isso provocou-me algumas dores, que duram até hoje.
Já perdi algum peso, estou quase com o peso que tinha antes de engravidar. Mas a barriga continua grandota e está flácida. Ainda só passaram 14 dias, estou com esperança de que ainda vá ao lugar.
A minha filhota é linda e boazinha, Só acorda quando quer comer e raramente chora. É capaz de ficar muito tempo sossegada e acordada na caminha, como está, neste momento. Não tem cólicas, arrota e faz cocó a cada mamada. As poucas vezes que "chora" (nem é bem chorar, é reclamar um bocadinho), é porque não gosta muito de entrar na água do banhinho e porque quer um bocadinho de cólinho. Um anjinho! A mana está encantada, embora, por vezes, fique aborrecida de ter que estar tanto tempo fechada em casa connosco. Ajuda-me bastante, já muda fraldas e põe a Mariana a arrotar. Uma mulherzinha. Estou no paraíso!
Apresento-vos a luz dos meus olhos, a minha linda filha.
Obrigado, obrigado por esta vida que tenho.
SOOOOOUUUUUUUU FELIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIZZZ!!
Ass. J
A minha filhota mais velha lá continua de férias, toda feliz da vida. Fico contente por ela mas, ao mesmo tempo, ando com umas saudades enormes. Ontem, e como ela não estava a ligar-me muito ao telefone, pois queria ir brincar, tive uma crise de choro. Parecia que a minha menina já não precisava de mim para nada! Olhem, ando uma parvinha chorona, isso é que é verdade! Mas eles não ficam bebés para sempre, a mamar na maminha e a chamar mãe! de cada vez que caem! É tão bom vê-los crescer mas, ao mesmo tempo, parece que o cordão vai esticando, esticando, até que os vemos afastarem-se de nós para longe... É a vida!
Bem, para me animar, quero dar os parabéns à mamã Eduarda, que já tem o seu Repolhinho Rodrigo nos braços! Aí está uma notícia que me deixou tão feliz, logo cedo!